terça-feira, 26 de agosto de 2014

Maternidade e doutorado: é possível!

Ser mãe, profissional e estudante é uma tarefa árdua, mas é possível sim! A prova disso é a Alessandra, que conta um pouco da sua história pra gente e compartilha uma experiência especial. Um incentivo e tanto para mamães e futuras mamães!



"Sim, eu acredito que seja possível a uma mulher ser feliz sem ter filhos, porém hoje eu sei que o sentido dado à VIDA é diferente às mulheres que vivem a maternidade. Trazer ao mundo uma 'criaturinha' que depende dos seus cuidados e consegue expressar imenso amor por ti apenas com o olhar é realmente algo fascinante, apesar de considerado natural.

Sempre sonhei ser mãe, mas era um daqueles sonhos bem distantes, a ser realizado só depois do mestrado, doutorado, pós-doutorado, e, quem sabe, depois de muito viajar...rs. Tudo seguia nesse sentido até que, em agosto de 2013, descobri-me grávida, cursando doutorado há um ano e meio.

Aí, tudo vira alegria! As emoções estão afloradas, há uma sensação de êxtase, um friozinho na barriga pela mudança que está por vir. Mas, e agora? E o meu doutorado? Se a vida já estava uma loucura quando eu tinha que cuidar apenas de mim, como será agora, com um ser que depende inteiramente da minha disponibilidade, da minha saúde?

A notícia da chegada de um bebê foi recebida com muita alegria por todos em casa e logo cedo comecei o planejamento, não só da gravidez, mas também o planejamento acadêmico, uma vez que eu tinha algumas obrigações a cumprir. Já imaginava que nos primeiros meses de vida da Helena seria impossível me concentrar em qualquer outra coisa que não fosse nela. E fica a dica: estando grávida, adiante ao máximo seus estudos, ainda que o desejo de ler todos os assuntos relacionados à gravidez, parto, pós-parto, amamentação e afins seja irresistível.

Minha filha nasceria em maio e o sono era tanto... Antes da Helena nascer eu já possuía grande parte dos créditos de disciplinas do doutorado integralizados, e agora que ela já completou três meses estou retomando as leituras para a escrita da minha tese, isso durante as sonecas da 'mocinha' e com o apoio fundamental do meu marido.

Há dias em que a Helena demanda maior atenção ou dorme pouco, aí não consigo fazer absolutamente nada, mas não me cobro demasiadamente: sei que haverá tempo para fazer o que é preciso. Quando os prazos apertarem, as madrugadas servirão para adiantar os trabalhos.

Bem, tudo isso para dizer: sim, é possível conciliar maternidade e pós-graduação. É difícil, desgastante, mas extremamente compensador, pela certeza de estar presente em momentos fundamentais da infância da minha filha e pelo prazer de estar fazendo o que entendo ser prioritário."

Alessandra Carine Portolan

Professora

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