Ser mãe, profissional e estudante é uma tarefa árdua, mas é possível sim! A prova disso é a Alessandra, que conta um pouco da sua história pra gente e compartilha uma experiência especial. Um incentivo e tanto para mamães e futuras mamães!
"Sim, eu acredito que seja possível
a uma mulher ser feliz sem ter filhos, porém hoje eu sei que o sentido dado à
VIDA é diferente às mulheres que vivem a maternidade. Trazer ao mundo uma
'criaturinha' que depende dos seus cuidados e consegue expressar imenso amor
por ti apenas com o olhar é realmente algo fascinante, apesar de considerado
natural.
Sempre sonhei ser mãe, mas era um
daqueles sonhos bem distantes, a ser realizado só depois do mestrado,
doutorado, pós-doutorado, e, quem sabe, depois de muito viajar...rs. Tudo seguia
nesse sentido até que, em agosto de 2013, descobri-me grávida, cursando
doutorado há um ano e meio.
Aí, tudo
vira alegria! As emoções estão afloradas, há uma sensação de êxtase, um
friozinho na barriga pela mudança que está por vir. Mas, e agora? E o meu
doutorado? Se a vida já estava uma loucura quando eu tinha que cuidar apenas de
mim, como será agora, com um ser que depende inteiramente da minha
disponibilidade, da minha saúde?
A
notícia da chegada de um bebê foi recebida com muita alegria por todos em casa
e logo cedo comecei o planejamento, não só da gravidez, mas também o
planejamento acadêmico, uma vez que eu tinha algumas obrigações a cumprir. Já
imaginava que nos primeiros meses de vida da Helena seria impossível me
concentrar em qualquer outra coisa que não fosse nela. E fica a dica: estando
grávida, adiante ao máximo seus estudos, ainda que o desejo de ler todos os
assuntos relacionados à gravidez, parto, pós-parto, amamentação e afins seja
irresistível.
Minha
filha nasceria em maio e o sono era tanto... Antes da Helena nascer eu
já possuía grande parte dos créditos de disciplinas do doutorado
integralizados, e agora que ela já completou três meses estou retomando as
leituras para a escrita da minha tese, isso durante as sonecas da 'mocinha' e com
o apoio fundamental do meu marido.
Há dias em que a Helena demanda
maior atenção ou dorme pouco, aí não consigo fazer absolutamente nada, mas não
me cobro demasiadamente: sei que haverá tempo para fazer o que é preciso.
Quando os prazos apertarem, as madrugadas servirão para adiantar os trabalhos.
Bem, tudo isso para dizer: sim, é
possível conciliar maternidade e pós-graduação. É difícil, desgastante, mas
extremamente compensador, pela certeza de estar presente em momentos
fundamentais da infância da minha filha e pelo prazer de estar fazendo o que
entendo ser prioritário."
Alessandra Carine Portolan
Professora